.

.

sábado, 25 de setembro de 2010

"COLEÇÃO DISQUINHO" FAZ 50 ANOS - AQUELES COLORIDOS, LEMBROU?

Quem foi criança nas décadas de 60 e 70 há de se lembrar da “Coleção Disquinho” da gravadora Continental. Eram disquinhos de vinil, super compactos, super coloridos e com estorinhas super maneiras baseadas nos contos de fada, fábulas, cultura popular, cantigas de roda e festas típicas. A meninada se deixava seduzir por todas aquelas estórias, especialmente, com o tom colorido dos tais disquinhos. Tinha de toda cor: verde, amarelo, roxo, azul, vermelho, rosa, azul claro... Um charme! Essa coleção fez parte da fantasia de muitas gerações de brasileirinhos e brasileirinhas... A Coleção Disquinho, neste ano de 2010, está fazendo 50 anos. Meio século de encantamento e fantasia... Brinque meu bem?

Quando escutamos falar na Coleção Disquinho, o nome do compositor Braguinha (João de Barro) vem a reboque. É praticamente impossível dissociar uma coisa da outra. Pois foi ele quem idealizou e produziu “carinhosamente” essa coleção. As estorinhas e canções eram interpretadas por atores de rádio-teatro do Rio de Janeiro. E cada disquinho possuía uma ficha técnica de causar inveja... Já imaginaram um compacto simples com canções do Braguinha, arranjos de Radamés Gnatalli e personagens interpretados por vozes melodiosas dos atores/atrizes da era do rádio? Um verdadeiro tesouro da nossa infância!
A história da charmosa Coleção Disquinho possui dois momentos - bem - distintos. O primeiro momento foi em 1939, quando Braguinha lançou o primeiro disco infantil: “Branca de Neve e os Sete Anões”. E esta estória foi gravada com as vozes de nada mais, nada menos, que: Carlos Galhardo, Dalva de Oliveira e os Trovadores (É mole? Ou quer mais?). E tudo isso com a direção musical do já citado Radamés Gnatalli. Depois veio uma coletânea de cantigas de roda e outras tantas adaptações de estórias infantis: Chapeuzinho Vermelho, A Formiguinha e a Neve, História da Dona baratinha...  E os até então, “discões” infantis, fizeram o maior sucesso. Até porque naquela época não existia nada parecido pras crianças nesse gênero. Neste primeiro momento, as gravações foram feitas naqueles discos de 78 rpm, cor de breu, pesadões e totalmente quebráveis. 
No ano de 1960 acontece o segundo momento da Coleção Disquinho. É nessa fase que a coleção assume o formato de compacto simples e apresenta-se super colorido, encantando a meninada dos anos 60 até o iniciozinho dos anos 80. Nesse período, Braguinha dividiu espaço na produção dos disquinhos com as amigas Elza e Silvia Helena Fiúza. Foram ao todo 70 lançamentos, entre contos de fada, fábulas, estórias da Disney, cantigas de ninar, de roda, de natal, entre tantas outras... A narração das estórias era feita, na maioria das vezes, por Sonia Barreto e as personagens, falas e cantigas, ao longo da década, foram interpretadas pelo Teatrinho Disquinho. Essa coleção foi um verdadeiro marco de produção e de qualidade musical direcionada às crianças. Algo inovador e totalmente pioneiro para época. Foram mais de 5 milhões de cópias vendidas entre o início dos anos 60 e o início dos anos 80.
Geeente!!!! Não tem como não se emocionar ao ver essas capinhas antigas e esses disquinhos coloridos. É um verdadeiro resgate à memória, de nossas vivencias infantis. E como não é segredo para ninguém... Sou um saudosista assumido! E tudo nessa coleção tem sabor de saudade para mim.
A Coleção Disquinho também lançou clássicos da Disney. A Branca de Neve e os Sete Anões foi um deles. Aqui pra nós, nunca fui com a cara da Branca de Neve. Tomei antipatia por ela e pelos sete anões... Assim, de graça! Enquanto meu irmão gostava da “branquela” de neve, eu era apaixonado mesmo, era pela madrasta dela. Era mais divertida! Miacabaaaaaaava com a voz da personagem! Por mais que ela fosse à vilã da história, torcia por ela! Sempre gostei das mulheres “ditas” erradas mesmo... Acho que era o estilo, a voz e a postura da madrasta que me encantava, pode? Vai entender....
Ontem, eu e meu sobrinho de seis anos, tiramos o dia pra escutar as estorinhas dessa coleção. Escutamos: A Festa no Céu, O Burrinho Tró-ló-ló, o Macaquinho Travesso, a Galinha Ruiva, a História da Baratinha, a Moura Torta, o Soldadinho de Chumbo... E tantas outras. Confesso: Foi uma experiência incrível, tanto para mim, quanto para ele! E ao escutar novamente todas essas estorinhas, foi como voltar no tempo e sentir o cheiro da minha infância. Cheiro e sabor de um tempo que não volta mais... Mais o melhor de tudo mesmo, foi constatar que esses disquinhos podem ser passados para as gerações seguintes. Pelo menos o meu sobrinho adorou! (...e eu, por um momento, cheguei a pensar que ele fosse achar tudo isso meio bobo. Que nada!).
Era bastante comum nossas professoras - do grupo escolar - levarem aquelas vitrolinhas pra sala de aula e passar os tais disquinhos pra gente escutar. E tudo virava uma festa! Naquela época, a Coleção Disquinho, através de suas narrativas, era um excelente estímulo para a imaginação, pois as crianças precisavam criar todas as cenas na cabeça. Ah! Mas isso foi  numa linda época, onde o tempo corria mais devagar e nós costumavamos apreciar as coisas simples com a curiosidade própria da infância. E tudo com uma certa dose de inocência.
E o mais engraçado ainda foi perceber que “algumas estórias” possuem traços claros daquilo que chamamos hoje de politicamente incorreto. Nessa estória da Dona Galinha e seus Pintinhos, ela abandona seus ovinhos e vai linda pra “balada”. E ao retornar, descobre que os pintinhos já tinham nascido... E onde estava ela? Na balada meu bem! No mínimo seria processada por abandono das crias... E o caso do burrinho tró-ló-ló? Onde todos tiram sarro de seu rabinho... É um tremendo Bullyng para os dias atuais! Enfim, eu cresci escutando todas essas estórias e não me deixei influenciar negativamente. Vai ver naquela época havia mesmo, a determinada dose de inocência que, infelizmente, desapareceu com o correr dos anos. Então o que será que mudou na nossa sociedade de lá pra cá?
Entre o ano de 2001 e 2002,  a Warner Music  lançou uma Coleção remasterizada com 50 histórias da Coleção Disquinho. Não deu prá quem quiz meu bem! Em pouquíssimo tempo, logo após o lançamento, os mais de 10 mil CDs estavam esgotados. Mas agora, ao completar meio século de aniversário, espera-se que surja alguma novidade por parte das gravadoras. E que essa Coleção Disquinho, seja eterna na memória dos brasileirinhos e brasileirinas. E que venha o cinquentenário, o centenário... Enfim, Coleção Disquinho, uma obra prima da cultura infantil Brasileira.
No verso do disquinho vinha a relação das estorinhas já lançadas. 
Dic-4001 - A Formiguinha e A Neve (1960)
Dic-4002 - História da Baratinha (1960)
Dic-4003 - Festa no Céu (1960)
Dic-4004 - A Cigarra e a Formiga (1960)
Dic-4005 - O Soldadinho de Chumbo (1960)
Dic-4006 - O Chapeuzinho Vermelho (1960)
Dic-4007 - A Gata Borralheira (1960)
Dic-4008 - A Gata Borralheira (1960)
Dic-4009 - Pedro e O Lobo (1960)
Dic-4010 - Branca De Neve e Os 7 Anões (1960)
Dic-4011 - Branca De Neve e Os 7 Anões (1960)
Dic-4012 - Pinochio (1960)
Dic-4013 - O Patinho Feio (1960)
Dic-4014 - Cantigas De Roda 1 (1960)
Dic-4015 - Cantigas De Natal (1960)
Dic-4016 - Cantigas De Ninar (1960)
Dic-4017 - Os 3 Porquinhos (1961)
Dic-4018 - O Macaco e A Velha (1961)
Dic-4019 - O Rouxinol do Imperador (1961)
Dic-4020 - Os 4 Heróis (1961)
Dic-4021 - João e Maria (1961)
Dic-4022 - O Leão Cantor (1961)
Dic-4023 - A Bela Adormecida (1962)
Dic-4024 - Cantigas de Roda 2 (1962)
Dic-4025 - A Moura Torta (1962)
Dic-4026 - 6 Fábulas de Esopo (1962)
Dic-4027 - 2 Fábulas de La Fontaine (1963)
Dic-4028 - A Goela do Inferno (1963)
Dic-4029 - O Velho, O Garoto e O Burro (1963)
Dic-4030 - O Gato de Botas (1963)
Dic-4031 - Viva São João (1963)
Dic-4032 - Festival Infantil 1 (1963)
Dic-4033 - Festival Infantil 2 (1963)
Dic-4034 - A Bela e A Fera (1964)
Dic-4035 - Alice no País das Maravilhas (1964)
Dic-4036 - O Veado e A Onça (1964)
Dic-4037 - A Roupa Nova do Rei (1965)
Dic-4038 - O Lobo e Os 3 Cabritinhos / O Cabra-Cabrez (1966)
Dic-4039 - Ali Babá (1967)
Dic-4040 - Dona Galinha e Seus Pintinhos / O Burrinho Trólóló (1968)
Dic-4041 - História Do Brasil - Vol.1 (1968)
Dic-4042 - A Estrelinha Azul (1968)
Dic-4043 - O Macaquinho Travesso / A Galinha Ruiva (1968)
Dic-4044 - O Festival da Primavera (Aventuras Do Aracuã) (1969)
Dic-4045 - Os Coelhinhos da Páscoa (1970)
Dic-4046 - Dona Coelha e Seus Filhotes (1970)
Dic-4047 - As Aventuras do Saci-Pererê (1970)
Dic-4048 - O Leão e A Cobra (1970)
Dic-4049 - Picolé, O Bonequinho de Neve (1971)
Dic-4050 - O Violino e O Gato (1971)
Dic-4051 - A Boneca e O Palhacinho (1971)
Dic-4052 - História do Brasil - Vol.2 (1972)
Dic-4053 - A Flautinha Encantada (1972)
Dic-4054 - O Pintinho Quiquiriqui (1973)
Dic-4055 - O Pequeno Polegar (1974)
Dic-4056 - Briga no Galinheiro / O Macaquinho e O Totó (1974)
Dic-4057 - Era Uma Vez Uma Batatinha / As Empadinhas da Sinhá Marreca (1974)
Dic-4058 - O Bonequinho de Pão De Ló (1974)
Dic-4059 - Rapunzel (1975)
Dic-4060 - Como Nasceu Jesus (1975)
Dic-4061 - Hino Nacional / Hino á Bandeira Nacional (1975)
Dic-4062 - O Casamento Do Sapo (1976)
Dic-4063 - O Festival de Pipas (1976)
Dic-4064 - As Aventuras do Macaquinho / A Escolinha do Papagaio (1977)
Dic-4065 - O Bolo de Natal (1977)
Dic-4066 - Conto de Uma Noite de Natal (1977)
Dic-4067 - Os 3 Machados / Os 3 Desejos (1978)
Dic-4069 - Viveiro de Pássaros (1980)
Dic-4070 - Aladim e A Lâmpada Maravilhosa (1983)

domingo, 19 de setembro de 2010

"AS FLORES DE PLÁSTICO NÃO MORREM"!

“Todo lar que se preza tem que ter flores espalhadas pelos quatro cantos da casa (...) Mesmo que sejam flores de plástico”. Assim pensava minha saudosa avó Maria... E assim - ainda pensam - minhas tias, minha mãe e minha irmã mais velha. Só que esse negócio de “muito Jarro” e “muita flor de plástico” me da uma agoniaaaa. Sei lá... Gosto de tudo ao natural. E, claro, sei que nem sempre podemos ter arranjos naturais em casa, mas é que desde pequeno convivo com jarros e mais jarros cheínhos de flores de plástico. Na casa da minha mãe, bem como, nas casas das minhas tias, avós e amigas da minha mãe, sempre havia um jarro com flores de: Plááástico! Pareciam de verdade, mas não eram. Nem se mexiam e muito menos tinham cheiro. Minto! Tinham cheiro sim... Tinham o cheiro das bonecas da minha irmã. Falo das Bonecas de: Plááástico! Tipo Calungas, Wanderléias e tal... Aquelas bem “póbi” que se vendia em feira livre!!! Lembrou? Isso mesmo... Aquelas que soltavam os braços, as pernas, a cabeça e ficavam cegas dos dois olhos em apenas uma semana (... mas isso é uma outra história, depois eu conto!).
Na casa da minha avó tinha jarros de “flor” na sala de estar, no canto da parede, em cima do centro (... muitas vezes o jarro tinha que combinar a todo custo com o cinzeiro... e já viu, né?!). Havia também flores no terraço, no vão de entrada, em cima disso, em cima daquilo... Enfim, “flor” pra tudo quanto era lado. Mas todo esse exagero de flores tinha um preço meu bem... Vocês já imaginaram um lindo arranjo de margaridas de plástico (branquinhas, branquinhas) todo pipinado de pontinhos pretos? Imaginaram mesmo... Pois é, Acertaram. Bosta de mosca! Nunca vi um lugar pra juntar tanto côco de mosca quanto em flores de plástico. Definitivamente, moscas e muriçocas moram, dormem, transam e fazem caca nelas... Um castigo! Mas a trupe lá de casa não queria nem saber... Sexta sim e sexta não, as flores eram lavadas. Pétalas, folhas e haste (de ferro dobrável) eram limpas. Minha avó fazia isso na maior paciência do mundo... Saudades de sua delicadeza!
Era um domingão bem sossegado... Lá pelos idos anos 70. Casa do meu vô Albino, e a família toda reunida em frente a TV. Minha avó sentada na cadeira de balanço bordando e minha mãe cochilando no sofá. Tia Dagmar sentada com os braços encostados na mesa, esperando o resultado da loteca. E toda a meninada sentada no chão. Concentração total na TV.  Tudo na mais perfeita calmaria. Quando de repente... Do NADA! Só se escuta o estrondo: “Tibufo” e depois...“Tebeife”!!! E num é que minha tia Dagmar, sem mais nem menos, sentou a mão no jarro de louça da minha avó! Pense num murro bem dado... Foi pedaço de louça, areia e “flor” de plástico voando pra tudo quanto era lado. Todo mundo correu da sala com medo... Ela só podia estar louca pra fazer um negócio daqueles! Ninguém tava entendendo era nada... E ela só fazia gritar. Depois saiu desabotoando a blusa, botando a mão por dentro dos peitos, puxando a saia pra baixo... Uma marmota sem tamanho. E o furdunço só terminou quando meu avô entrou na sala e falou sério:


- Era só o que me faltava, Dagmar, NUA! Tirando a roupa na frente dos meninos... E vamos parar com esse circo agora!


Somente depois da presepada é que ela veio contar que a culpa foi de uma lagartixa branca. Pode? Diz ela que a “nojenta” caiu lá de cima das ripas da telha bem no meio dos peitos dela. Disse ter sentido a danada passeando por entre os peitos e depois escorregando pras coxas... Uma vergonha eterna para ela! Pior fui eu, aos seis anos, ter que assistir o strip-tease da minha própria tia... Traumatizante! Eu só tive pena mesmo da minha avó... Tadinha! Saiu juntando as suas amadas flores de plástico espalhadas pelo chão. Onde é que foi parar a lagartixa? Ora! Me poupem...
As flores de plástico não morrem! Os Titãs tem razão. Eu, quando criança, sempre via  um jarrinho bem velho, cheio de flores desbotadas que ficava em cima de um buffet anos 50, todo em angico preto. E para minha surpresa, ontem, eu encontrei esse mesmo jarrinho de flores enfeitando o oratório da minha saudosa avó. Achei tão delicado o fato que resolvi fazer esta crônica memorial em sua homenagem... Um beijo saudoso com direito a todas as flores de plástico do mundo.


“Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem”

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

QUEM NÃO AMOU EMMANUELLE ?

Fomos embalados pela doce Emmanuelle tanto na música, como em outros sentidos... Ela foi a responsável pela iniciação sexual “fantasiosa” e prematura de muitos de nós... Literalmente, Emmanuelle foi um marco adolescente nas gerações de meninos dos anos 70/80/90. Até hoje eu gosto de rever algumas cenas dos filmes, ouvir a trilha sonora e principalmente, conhecer um pouco mais desta que foi a musa inspiradora, e porque não dizer, a responsável indireta pela bursite de muitos marmanjos de 25, 30 e 40 anos em diante. Ela é atemporal meu bem! Atravessou gerações e gerações de adolescentes e espinhas. E nós, os quarentinhas/cinquentinhas e tal, a vimos no cinema. E os mais jovens? Estes a conheceram nas madrugadas em frente a TV. Como é que é? Vai me dizer que nunca ficou bisorando a noite dentro de casa feito um “tetéu”? Que nunca ficou acordado até altas horas da madrugada esperando começar o cine Privê na BAND.... Hummm, sei!
Essa música de Pierre Bachelet ainda ecoa em minha mente. E sempre lembro da Sylvia Kristel sentada numa cadeira de rattan anos 70, pernas cruzadas e um enorme colar de pérolas envolto do pescoço. Igualzinho ao cartaz do primeiro filme. Ela era belíssima e povoava minha imaginação adolescente. Para mim, ela era a personificação do sexo, mas de um sexo com elegância, glamour e liberdade. Fazendo-me entender que a monotonia dos relacionamentos amorosos, numa sociedade burguesa como a nossa, pode encontrar válvulas de escapes, seja na cumplicidade a dois ou nas experiências casuais homo/heterossexuais. Dizem os críticos que nos filmes de Emmanuelle, protagonizados por Sylvia Kristel, nunca houve lugar para o amor romântico. Será? Eu discordo. Existiu sim, um romantismo velado e quase encoberto. Mas nunca na forma de um anti-romantismo explícito. O sexo no filme é figura, não fundo. E saboreiam-se corpos como se degustasse um bom vinho francês, com classe e estilo. Eu particularmente não acho o filme tão sem afeto assim, ao ponto de não merecer um lugar nas minhas memórias catrevagisticas e românticas. Eu só sei de uma coisa: Emmanuelle me ensinou que eu posso amar quem eu quero e quem eu acho que mereça ser amado por mim. Pronto, e ponto.

EMMANUELLE

Musique: Pierre Bachelet (1974)


Mélodie d'amour chantait le cœur d'Emmanuelle
Qui bat cœur à corps perdu
Mélodie d'amour chantait le corps d'Emmanuelle
Qui vit corps à cœur déçu
Tu es encore
Presque une enfant
Tu n'as connu
Qu'un seul amant
Mais à vingt ans
Pour rester sage
L'amour étant
Trop long voyage
Mélodie d'amour chantait le cœur d'Emmanuelle
Qui bat cœur à corps perdu
Mélodie d'amour chantait le corps d'Emmanuelle
Qui vit corps à cœur déçu
L'amour à cœur
Tu l'as rêvé
L'amour à corps
Tu l'as trouvé
Tu es en somme
Devant les hommes
Comme un soupir
Sur leur désir
Tu es si belle
Emmanuelle
Cherche le cœur
Trouve les pleurs
Cherche toujours
Cherche plus loin
Viendra l'amour
Sur ton chemin
Mélodie d'amour chantait le cœur d'Emmanuelle
Qui bat cœur à corps perdu
Mélodie d'amour chantait le corps d'Emmanuelle
Qui vit corps à cœur déçu
A personagem Emmanuelle apareceu pela primeira vez na telona em 1969 no filme “A Man for Emmanuelle”, estrelado por Erika Blanc. Mas a personagem Emmanuelle só veio “bombar” mesmo, ou melhor, acontecer definitivamente, quando a holandesa Sylvia Kristel assumiu o papel em 1974 (... e pensar que eu só tinha 07 anos na época). Ela conseguiu redefinir e fazer uma outra leitura de Emmanuelle. O primeiro filme, Emmanuelle (1974), mostra paisagens exóticas de Bangkok, na Tailândia. E lóóóóógico! Mostra muitas cenas de nudez e sexo “implícito”, como é de se esperar em uma produção erótica. Mas tudo com bom gosto e moderação. Mesmo diante das cenas de “mile-high-club” e das técnicas ousadas de pompoarismo (uauuuuuu! kkkkkk). Enfim, o primeiro filme de Emmanuelle abraçou o gênero erótico em seu cerne e tornou-se um grande sucesso de bilheteria. Estima-se que o filme tenha sido visto por mais de 750 milhões de pessoas e arrecadado outros tantos milhões de dólares. E a Sylvia Kristel? Ora meu bem... Transformou-se no maior símbolo sexual da década de 70.
Emmanuelle é, indiscutivelmente, um dos mais bem sucedidos filmes no estilo erótico/clássico francês. Chegou a permanecer 15 anos em cartaz num cinema na famosa avenida parisiense, Champs Elisées. E depois vieram as continuações, seguindo todos os preceitos do erotismo e do bom gosto que garantiram o sucesso do primeiro. A começar por Emmanuelle 2 (1975), Good Bye Emmanuelle (1977) e Emmanuelle 4 (1979). Ao todo foram quatro filmes - inteiramente – protagonizados por Sylvia Kristel. Ela parou de interpretar Emmanuelle nos anos 80, dando lugar a atrizes mais jovens, embora continuasse a fazer aparições nos filmes seguintes no papel de uma Emmanuelle mais velha. Na verdade, ela só retornou, pela última vez, em 1992 no filme “Emmanuelle au 7ème cie” (Emmanuelle 7).
A atuação de Sylvia Kristel como Emmanuelle deu seqüência a uma infinidade de “Emmanuelles” que acabariam por consolidar o gênero soft core. A partir dela, Emmanuelle virou uma “saga erótica” meu bem. Começaram a aparecer “Emmanuelles” em produções feitas na Itália, Estados Unidos, Brasil e até no Japão. Na maioria das vezes o nome da personagem era escrito apenas com um único “M”, tipo: “Emanuelle”. Outras vezes a grafia mudava para Emanuella, sugerindo que essas produções não eram autorizadas. Entre as sequências mais famosas está uma série de filmes italianos estrelados por Laura Gemser, que ficou conhecida como a Emmanuelle de um “M” só. Também foi produzida em 1978, na Grã-Bretanha, uma paródia à personagem, com o título de “Carry on Emanuelle ”, estrelado por Suzanne Danielle no papel principal. E quanto à seqüência das “Emmanuelles” autorizadas e com dois “M”, são as seguintes: Emmanuelle 4 (Mia Nygren/1984); Emmanuelle 5 (Monique Gabrielle/1986); Emmanuelle 6 (Nhatalie Uher/1988) e finalmente, o retorno de Sylvia Kristel ao papel de Emmanuelle na telona: Emmanuelle 7 (Emmanuelle au 7ème cie/1992).

E depois vieram as famosas séries televisivas. Aquelas!!!! Exaustivamente exibidas de madrugada no cine privê da Band. Lembrou? Uma delas foi protagonizada por Marcela Walerstein como a jovem Emmanuelle (1992). E teve a participação de Sylvia Kristel em todos os episódios da série. Ela foi uma espécie de Emmanuelle mais velha, mentora erótica da Jovem Emmanuelle em questão. Enfim, a personagem Emmanuelle apareceu de várias formas nos últimos anos, inclusive numa série futurística feita para TV à cabo em meados dos anos 90. Já imaginou Emmanuelle fazendo sexo com alienígenas em pleno espaço sideral? Pois é! Aconteceu. A belíssima modelo Krista Allen protagonizou os oito episódios da série. E finalmente, A Emmanuelle do ano 2000, a atriz Holly Sampson, que para mim, marca a decadência da franquia Emmanuelle para sempre. Ao todo foram realizados 35 filmes da “saga” Emmanuelle, incluindo os filmes da TV . A personagem foi interpretada – aproximadamente – por 10 atrizes. Todas muito bonitas, gostosas e tal. Mas nenhuma delas, ao meu ver, chegou aos pés do carisma da nossa eterna Sylvia Kristel.
Às vezes me pego pensando: Por onde andará Sylvia "Emmanuelle" Kristel e como estaria ela hoje? Mas imediatamente decido que não quero saber. Prefiro eternizá-la em minha memória exatamente como a conheci: Bela e sensualíssima! A minha eterna Emmanuelle.
ETERNAMENTE EMMANUELLE !!!
A nossa eterna Emmanuelle (Sylvia Kristel) faleceu em Amsterdã no dia 18 de outubro de 2012. Faleceu enquanto dormia, ela havia sofrido um AVC em junho deste mesmo ano, mas seu estado de saúde já vinha se agravando há um bom tempo. Ela vinha se tratando de um câncer de laringe fazia 10 anos.  Só nos resta dizer... Goodbye Emmanuelle!

Assista agora a abertura do filme que a consagrou: Emmanuelle  1, numa dobradinha com a música de Pierre Barchelet...   Acesse o link: Para sempre Emmanuelle.



domingo, 5 de setembro de 2010

A ZEBRINHA DO FANTÁSTICO E OS RESULTADOS DA LOTERIA ESPORTIVA.

Esta meiga e simpática zebrinha, mas conhecida como a Zebrinha do Fantástico ou a Zebrinha da Loteria Esportiva, foi uma constante nas noites de domingo em frente a TV. Quem acompanhou o Fantástico de 1973 até 1986 lembra dela anunciando os resultados da Loteria Esportiva. Ela se tornou uma “DIVA” e permanece presente na imaginação de muita gente que vivenciou esse período. Essa “eqüestre listrada” foi criada pelo caricaturista da TV Globo, o famoso Borjalo (1925/2004), para fazer jus ao enorme sucesso da Loteria Esportiva no início dos anos 70. O que pouca gente sabe é que a zebrinha não surgiu no Fantástico. O personagem estreou em 1972 nas edições de segunda-feira do Jornal Hoje. No mesmo ano, deu o ar da graça no Jornal Nacional. Somente em agosto de 1973 é que passou para o Fantástico. E segundo minhas pesquisas feitas no site da Globo, a carismática zebrinha, de tão popular que ficou, chegou até a receber o título de “Cidadã Carioca”. Sortuda e poderosa essa Zebra, né não?
Antigos Volantes da Loteca.
Antigos Volantes da Loteca.
Antigos Volantes da Loteca.
Antigos Volantes da Loteca.
A Loteria Esportiva, na minha época de menino, era a modalidade mais importante de loteria brasileira mantida pela Caixa Econômica Federal. Não tinha “Megas” Sena e nem Quinas meu bem. Queria ficar rico? Era só marcar e acertar os 13 pontinhos na loteria. O jogador, ou melhor, o apostador, preenchia um cartão (igual a imagem mostrada a cima) e entregava-o na lotérica. Daí a casa loterica utilizava uma moderna máquina (manual!?) perfuradora de cartão, tecnologia IBM, chamada “Port a Punch” para furar dois cartões, um para o apostador (comprovante) e o outro, para a Caixa Econômica. E no final de todos os jogos - que se encerravam no domingo - entrava em cena um “potente” computador da CEF. Geeente! E num é que o danado do computador saia lendo cartão por cartão até encontrar o ganhador, ou ganhadores. Quase inacreditável, né não? Mas era assim mesmo! E o pior de tudo meu bem... É saber, com toda a certeza, que já pertencemos a esse tempo. Pronto! Satisfeitos? Parou por aqui... He,he,he.
Antigos Volantes da Loteca.
A Loteria Esportiva foi criada em 27 de maio de 1969 através do decreto-lei nº 594. Mas o seu primeiro teste só veio acontecer no dia 19 de abril de 1970. Data em que foi realizada - no antigo estado da Guanabara - uma rodada experimental com apenas cem mil bilhetes distribuídos. O primeiro apostador a ganhar sozinho na Loteria Esportiva foi Gilberto Furtado Medeiros, no teste número 5 da Loteria. Mas foi em maio de 1972, no teste 85, que uma ZEBRA inesperada no jogo entre Corinthians e Juventus, no Pacaembu, fez o primeiro milionário da modalidade: Eduardo Varela, mais conhecido como Dudu da Loteca, do então estado da Guanabara. Ele foi o único apostador que cravou os treze pontos do concurso, incluindo este jogo, em que o Corinthians tinha cerca de 95% das apostas, enquanto o Juventus vinha de cinco derrotas nas cinco primeiras rodadas e conseguiu vencer pelo placar mínimo. Dudu da loteca levou um total de mais de 11,6 milhões de cruzeiros. E em setembro de 1975, Miron Vieira de Sousa, de Salvador, ganhou sozinho um prêmio de 22 milhões de cruzeiros, considerado à época "o maior prêmio da Loteca e do mundo, em concursos de prognósticos". (Fonte: Wikipédia)
Antigos Volantes da Loteca.
A Loteria Esportiva perdeu credibilidade quando a partir de outubro de 1982, foram publicadas nos jornais de grande circulação, bem como, nas grandes revistas da época, denúncias de corrupção e manipulação de resultados. E depois disso, a coitada da Loteria Esportiva nunca mais se recuperou. E o pior de tudo: Nenhum dos acusados, entre jogadores, dirigentes, árbitros, técnicos e personalidades, foram presos. Em dezembro de 1987, a Loteria Esportiva passou a se chamar “Loteca” e a forma de apostas nos jogos sofreu algumas mudanças. Atualmente a Loteca está se arrastando no cenário das loterias. Sua arrecadação está longe da de quarenta anos atrás. Uma pena ! Mas fazer o que... Infelizmente, deu Zebra pra Loteca.
Era uma zebrinha cheia de “pantim” e “mungangas”. Eu adorava a cara dela, possuía uns olhos expressivos que nem os olhos de retróz da Emília. E tem mais, ela não se mexia. A única animação que se via, limitava-se a boca e ao festival de piscadela nos olhos. Um charme! Na verdade, a zebrinha era desenhada sobre uma cartolina, que deixava um buraco para a língua e outro para os olhos. O pessoal da produção do programa era quem se revezava na hora de dar movimento pra zebrinha. Pois na época não existiam grandes recursos técnicos assim... O queeee? Cenário virtual? Computadores de última geração? Nada disso meu bem. Era estúdio feito à mão.
Uma outra grande característica dela - que dividia opiniões - era no tocante a voz. Uns achavam irritante. Já outros, achavam um barato. Eu adorava! Assim que escutava a voz dela, corria pra junto da TV. Gostava de vê-la responder ao Léo Batista: “coluna 1”; “coluna 2”; “coluna do meeioooo... Mas o melhor momento era na hora do bordão: "Olha eu aí! Zêêêbra!!!" Kkkkkkkkkkk. A primeira voz da Zebrinha foi a do ator Pedro Braga. Algum tempo depois da estréia, Braga foi substituído pela atriz e dubladora Mara Lisi, que emprestou sua voz à personagem até o final. Enfim, após a “listradinha” anunciar todos os resultados e zebras possíveis, o matemático Oswald de Sousa - o homem calculadora - anunciava mais ou menos quantas pessoas iam faturar aquele prêmio. E eu, na minha inocência, achava o Tio Oswald meio burro. Como é que um cara que sabia quantas pessoas iriam ganhar na loteria, não ganhava ele mesmo... Isso não entrava na minha cabeça na época.  
Eu desde de pequeno sou fã declarado da Zebrinha do Fantástico. Mas existiam crianças que morriam de medo dela. Verdade! Há quem afirme ter traumas dela até hoje... Só em escutar a voz do antigo animalzinho de listras, treme nas bases... Frescura né?! Eu mesmo tenho um amigo que atribuiu à ela, o tique nervoso que adiquiriu na infância. Ele pisca os olhos a cada trinta segundos e diz que a culpa é da pobre da zebrinha... Pode? Tenha a santa paciência! Mas muitos desses medos a culpa é da mãe, da tia, da avó.... Meu primo Albérico quando criança também morria de medo dela. Culpa de quem? Da zebrinha? Nãããão... Da minha tia que fazia medo a ele: “Uiiiii, bixim! Vai comer não, né? Se você não raspar o prato agora, vou chamar a zebrinha do fantástico pra te pegar...”Coitado! Passava a semana inteira com a voz da zebrinha na cabeça... Graças a mim, nunca tive medo da zebrinha. As vezes eu tinha era raiva dela. Sabe porque? Toda vez que ela aparecia no fantástico - domingo a noite – eu me lembrava que o final de semana tava acabando e que na segunda feira era dia de acordar cedo e ir para aula.

A ZEBRINHA DO FANTÁSTICO EM AÇÃO.


MusicPlaylist
Music Playlist at MixPod.com

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O BONECO MUG - UMA JOGADA DE SORTE ?! -

O Boneco MUG foi um verdadeiro acontecimento na década de 60, e todo mundo queria o tal do boneco da Sorte. Foi criado por João Evangelista Leão em 1966. No começo funcionou como mascote para uma marca de roupas também chamada MUG. E em pouco tempo caiu nas graças no povo brasileiro. O boneco MUG era algo esquizóide e sinistro. Era um não sei o que... Não era um bicho e muito menos se parecia com gente. Era todo preto, usava uma saínha xadrez e tinha cabelos vermelhos cheios de pontas (acho que aquilo eram cabelos... sei lá!). Os braços eram maiores que o próprio corpo, chegava a arrastar no chão de tão grandes. Havia um modelo grande e outro bem pequeno, freqüentemente pendurado no espelho retrovisor dos automóveis “para proteger os motoristas”. Vixe!!!
Uma grande campanha publicitária foi desenvolvida para a promoção do boneco. E de repente, do nada, o MUG foi transformado em celebridade e mascote nacional. Um verdadeiro amuleto da sorte! Quem o tivesse em mãos, no trabalho, em casa, no carro ou em qualquer outro lugar, estaria protegido.
Esse famoso boneco passou pelas mãos de diversos artistas como Chico Buarque, Wilson Simonal, Maurício de Sousa, Hebe Camargo entre outros... O danado do boneco ganhou fama de ser o talismã dos artistas. Um amuleto capaz de trazer e garantir sucesso para muita gente.

O cantor Wilson Simonal foi o maior garoto-propaganda do “Mug da Sorte”. Chegou até a compor um samba juntamente com José Guimarães para homenagear o boneco.
O MUG da sorte foi tema de carnaval, charges de jornal, capa de LP, fantasias, chaveiros e muito mais... Só que um belo dia, o bonequinho esquisito desapareceu do mercado e nunca mais foi visto em lugar algum. Dizem as más línguas que depois de um tempo, o MUG foi considerado um tremendo Pé - Frio. Esse teria sido o verdadeiro motivo do seu sumiço. Atualmente o boneco é disputado por colecionadores do Brasil inteiro. Eu não sou do tempo do MUG, mas gostaria de ter tido um. Quem sabe não há possibilidades no mercado para um relançamento? Se lançarem, eu compro!